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Em seguida, os segmentos individuais da cadeia de valor devem ser avaliados sobre os seus
impactos nas questões de desenvolvimento sustentável representadas pelos ODS. Esta
avaliação deverá identificar as áreas de atividade empresarial que têm os maiores impactos
atuais e futuros nos ODS, positivos e negativos. Essa avaliação de impacto é normalmente feita
a nível de entidade, mas pode ser reduzida ao nível do site ou do produto ou alargada ao nível
regional, se necessário. O objetivo geral do realinhamento é aumentar os impactos positivos no
desenvolvimento sustentável e minimizar os negativos.
A ilustração abaixo mostra uma adaptação do esquema de cadeia de valor desenvolvido por
Porter. Nesta cadeia de valor generalizada, o segmento "aquisição" pode, por exemplo, ser
mapeado para ODS 7 "energia acessível e limpa". Neste caso exemplar, a empresa identificar-
se-ia como uma prioridade para aumentar a quota de energias renováveis no cabaz energético
que utiliza para executar as suas operações.
Ilustração 2: adaptação própria baseada em Porter‘s Value Chain
Além disso, ao analisar o impacto da cadeia de valor nos ODS, o contexto em torno da empresa
também deve ser considerado. Se as operações da empresa ou outros segmentos da sua cadeia
de valor estiverem localizadas perto de áreas que ficam para trás em termos de desenvolvimento
sustentável, a empresa pode ter um impacto elevado lá. Se uma empresa emprega, por exemplo,
uma grande parte da sua força de trabalho em regiões com baixos salários e má aplicação dos
direitos laborais, possivelmente tem um impacto significativo nos ODS 8 de "trabalho digno e
crescimento económico".
A avaliação de impacto não deve ser uma análise interna da empresa, mas também deve
envolver as partes interessadas externas para conhecerem as suas opiniões sobre os impactos
atuais ou potenciais da empresa no desenvolvimento sustentável. Ao escolher os acionistas para
se envolver, a empresa deve focar-se nos prejudicados pelas suas atividades comerciais. Os
restantes podem então ser priorizados com base na influência que exercem sobre a empresa e
vice-versa. Grupos marginalizados e vulneráveis, como as mulheres, as crianças e os
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