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1. Destruição e modificação de habitats. Tem uma importância relativa de 37% como stress em
espécies marinhas ameaçadas. É particularmente importante nas áreas de utilização intensiva
dos recursos oceânicos.
2. Sobrepesca. Contribui na ordem dos 24%. Em geral, é um dos impactos cuja solução é
aparentemente a mais viável, devido à elevada resiliência dos recursos haliêuticos e ao
crescimento da aquicultura nas últimas décadas. Assim, de acordo com o relatório sofia sobre o
estado das pescas e aquiculturas mundiais (FAO 2022), a produção de aquicultura tem
atualmente valores semelhantes aos da pesca de captura, enquanto há duas décadas
representava cerca de um terço da produção de subprodutos de pesca e peixe.
3. Poluição. Tem uma importância relativa de cerca de 15%. Atualmente, é particularmente
poluente causada pelos plásticos (Bonnano 2022). Ao ritmo atual (cerca de 8 milhões de
toneladas de plástico acabam no mar anualmente), estima-se que até 2050 o peso dos plásticos
no oceano seja maior do que a soma do peso de todos os peixes da biosfera.
4. Alterações climáticas. Cerca de 14% da importância relativa das ameaças está relacionada
com as alterações climáticas. Além de alterar ecossistemas localmente altamente bio diversos
(como os recifes de coral) tem efeitos globais causando a acidificação da água.
5. Espécies invasoras. Contribuindo com valores de cerca de 10%. Acidental ou intencional, o
número de espécies que, uma vez introduzidas num habitat em que não fazem parte, têm um
elevado sucesso reprodutivo e colonizam o ambiente aumentou quando a intensidade do
transporte no oceano aumentou.
ODS 15 – Vida em terra
A vida humana depende tanto da terra como do oceano pelo seu sustento e sobrevivência. As
plantas fornecem 80% da alimentação humana e a agricultura representa um importante recurso
económico e meio de desenvolvimento. As florestas, por sua vez, cobrem 30% da superfície
terrestre, fornecem habitats cruciais para milhões de espécies e são uma importante fonte de ar
limpo e água. São também fundamentais para o combate às alterações climáticas (Leal-Filho,
2021; United Nations, 2022; IBERDROLA, 2022).
O ODS 15 centra-se especificamente na gestão sustentável dos ecossistemas terrestres,
travando e invertendo a degradação dos solos e dos habitats naturais e florestas, combatendo
com sucesso a desertificação e travando a perda de biodiversidade (Keesstra et al., 2016;
Behradfar et al., 2022). Por conseguinte, é necessário dispor de mecanismos de avaliação para
monitorizar os objetivos e indicadores dos ODS 15 (Ansari et al. 2021).
● Gestão florestal
As florestas desempenham um papel significativo na regulação do ciclo global do carbono, uma
vez que armazenam gigatons de carbono todos os anos. É, portanto, uma preocupação
crescente a redução das emissões de gases com efeito de estufa (GEE) da desflorestação e da
degradação das florestas como um passo para a mitigação das alterações climáticas
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