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Desenvolvimento sustentável, introdução à
sustentabilidade, sustentabilidade como oportunidade
no empreendedorismo
O desenvolvimento sustentável ou a sustentabilidade é um conceito frequentemente discutido
tanto pelo público como pela esfera profissional (e.g. Van Marrewijk, 2003; Lamb, 2011;
Zadražilová, 201, Kunz 2012). Ao longo do desenvolvimento industrial e económico, não foi mente
ponderada a eventuais impactos negativos, tais como a poluição atmosférica e hídrica, as
alterações climáticas, a sobrepopulação, a migração, a pobreza ou a enorme desigualdade social.
(Hummels & Argyrou, 2020). Na década de 1970, porém, o conceito de desenvolvimento
sustentável começou a surgir, e cientistas e economistas ambientais pediram limites ao
crescimento (por exemplo, Meadows, 1972) e uma estabilização do estado da economia (por
exemplo, Daly, 1973).
Embora este termo seja comumente usado e utilizado por várias organizações (Lélé, 1991), é um
desafio compreendê-lo e como é interpretado (White, 2013). Isto porque engloba um vasto número
de tópicos, que incluem, por exemplo, alterações climáticas, poluição da água e do ar,
sobrepopulação, pobreza ou enorme desigualdade social (Hummels & Argyrou, 2021). Assim, é
evidentemente um campo abrangente que é difícil de especificar de forma unificada e, portanto,
definir. A perceção deste conceito é altamente influenciada pelas diferenças culturais entre os
países e o sector económico (Webster 1997; Von Wirén-Lehr, 2001).
Marcos na evolução do desenvolvimento sustentável
Tem havido vários esforços no que se refere a uma definição unificada deste domínio e dos termos
que lhe estão associados. Um exemplo de uma definição utilizada de desenvolvimento sustentável
é a disponibilizada pela Comissão Mundial do Ambiente e do Desenvolvimento (1987, p. 16),
segundo a qual o desenvolvimento sustentável pode ser explicado como "um desenvolvimento
que responda às necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras
de satisfazerem as suas próprias necessidades". No entanto, a Hummels & Argyrou (2021) afirma
que esta definição é enganosa e que, graças a ela, muitas empresas são erradamente
consideradas contribuintes para o desenvolvimento sustentável. Por esta razão, recomendam a
revisão da definição. Ao mesmo tempo, o Gabinete do Governo da República Checa (2017) encara
este conceito como um sistema complexo e dinâmico, no qual todas as áreas de interesse estão
interligadas, incluindo os pilares económicos, sociais e ambientais, e é crucial respeitar o seu
equilíbrio mútuo. Da mesma forma, estudiosos como Kunz (2012) ou Van Marrewijk (2003)
explicam o conceito de sustentabilidade usando estas três dimensões, a sua interconexão e o
equilíbrio mútuo.
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